A lenda de Osíris e a origem do Egito
A lenda de Osíris e a origem do Egito

Lenda de Osíris e a origem do Egito


Osíris era filho de Geb, a Luz, e Nut, a Noite, e nasceu em Tebas, no Alto Egito. No momento do seu nascimento ouviu-se

uma voz misteriosa que proclamou a chegada do "Senhor Universal", o que deu aso a manifestações de alegria logo

esmorecidas pelas revelações das desgraças que se aproximavam. O seu avô Rê (ou Rá) reconheceu Osíris como herdeiro

ao trono, apesar dos maus agouros. Alto, belo e carismático, Osíris sucedeu a Geb no trono e casou com a sua irmã, a

bela Ísis. Osíris começou por abolir o canibalismo e introduzir junto dos seus súbditos, ainda um pouco primitivos, normas

de conduta e técnicas avançadas de agricultura, para além dos prazeres da música. Instituiu ainda o culto dos deuses,

desconhecido até então, construindo templos e imagens divinas. As muitas cidades construídas e as leis justas que emitiu

valeram-lhe o nome de Onofris, "o Generoso" pelo qual, como quarto faraó divino, era conhecido.


Ainda não contente com a sua obra, decidiu espalhar os seus conhecimentos pelo resto do mundo e partiu para a Ásia,

acompanhado de Tot, Anúbis e Upuaut, deixando a regência a Ísis. Inimigo da violência, espalhou a civilização e o

conhecimento por toda a terra e voltou ao Egito. Quando chegou, verificou que Ísis tinha governado bem o seu reino,

que encontrou em ordem. Mas em breve seria vítima de uma intriga orquestrada pelo seu invejoso e feio irmão Set,

que o matou durante um banquete, despedaçou-o e lançou os bocados do seu corpo às águas do Nilo. Mas Ísis, com

os seus poderes de feiticeira e ajudada por Tot, Anúbis e Hórus, devolveu Osíris à vida. Ressuscitado, Osíris preferiu,

no entanto, o poder sobre o reino dos mortos ao reino dos vivos, retirando-se para os Campos Elísios, onde recebia

com carinho as almas dos justos. Hórus, filho de Osíris e Ísis, derrotou mais tarde Set numa grande batalha e veio a

ser o rei de todo o mundo.
Osíris foi o nome grego dado a Ousir, o protagonista desta lenda que foi contada por Plutarco. Os antigos Egípcios

acreditavam que Osíris morria todos os anos no início da primavera, quando era tempo de seca e de colheitas, para

renascer no outono, quando o nível das águas do Nilo baixava e se procediam às sementeiras. Por isso a cheia anual,

que tinha o nome de Hapi, era venerada como sendo a "alma de Osíris". Muitas vezes representado por um pilar, o

"djed", Osíris governava assim nos dois mundos, o da morte e o da vida. Identificado com o Sol, simboliza a

continuação dos nascimentos e dos renascimentos.